sábado, 24 de maio de 2008

Melancolia

Bebo um trago de uma aguardente
Para esquecer o que se passou.
Quero aniquilar a minha mente,
Apagar tudo aquilo que sou.
Sou daqueles que tudo perdeu
E que não se importou com isso.
Só até ver que fiquei só eu,
E aí da tristeza fui submisso.

Agora vagueio perdido pela rua.
Olho o céu, vejo a nuvem da poluição.
Não é nele que encontro o branco da Lua,
Encontro só o negro no meu coração.
Os outros olham para mim, cambaleante.
Não conheço nenhuma das suas faces.
Neles vejo só um ar crítico, arrogante.
“Que queres tu com essa cara? Não me maces!”
Ainda cambaleio pela rua, perdido,
Ignorando essa cambada de palhaços,
Sempre com saudade do que já foi vivido,
Despedaçando o meu coração em pedaços.

Dessa aguardente bebo outro trago
Para ver o quanto mais me estrago.
O que desejo mesmo é fugir.
Não consigo. Resta-me cair…


24/05/2008

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