domingo, 22 de junho de 2008

Corrazão

O meu intelecto é um ser cheio,
Mas partido em dois, desfeito.
Uma parte está na cabeça e é seu recheio,
A outra inclina para a esquerda no centro do peito.
A cada história, cada problema,
Ele faz-me o negro favor
De o bifurcar num dilema,
De duplicar o terror.
Cada uma das partes luta pela supremacia,
Quer mandar no meu ser,
Batalha contra a outra pela hegemonia,
Quando a verdade é que nenhuma deve vencer.
Bem sei que essa luta entre cada componente
É uma das constantes da vida,
É uma situação permanente,
Uma luta nunca ganha nem perdida.
Uma diz uma coisa
E outra outra coisa diz
E, por muito que oiça,
No fim nunca nenhuma explica o que fiz.

Enfim…
Não sei a que dar atenção,
Se à razão do coração
Ou se ao coração da razão.
É a minha maldição…


22/06/2008

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Ausência

É verdade,
Não tenho tido vontade
E não tenho escrito,
Tenho dito!
Já há muito que não escrevo,
Mas não lhe dêem relevo
Que, lá por não ter escrito,
Não deixei de ser erudito!
Simplesmente não me apeteceu,
Não aconteceu,
Às vezes é assim,
Só porque sim.
Não peço desculpa
Porque em nada vejo culpa.
Só não quis e não refilaram,
Não fiz e não apreciaram.

O que estou a ver
É que já estou para aqui a escrever
E estou a queixar-me tanto
Que é melhor acabar com este pranto.
Por isso despeço-me com este pretexto:
Adeus e até um próximo texto!


09/06/2008